N as últimas três ou quatro décadas, poucas abordagens influenciaram tão amplamente a metodologia e a prática da história do pensamento político do que a modalidade de "contextualismo linguís-tico" propugnada pela chamada "Escola de Cambridge". Independentemente da avaliação que se faça de tal influência, o fato é que, desde os anos 1960 -época em que John Pocock (1962), John Dunn (1968) e Quentin Skinner (1966 publicaram seus primeiros ensaios metodológicos -o contextualismo linguístico tem sido objeto de incessante interesse, tanto de adeptos quanto de críticos. Um importante resultado de todo esse interesse foi a constituição de um amplo campo de debates sobre problemas cruciais de teoria e método que, originários do campo da história intelectual, vêm se revelando pertinentes a várias outras disciplinas das humanidades, como, de resto, indica a participação de teóricos da política, filósofos, críticos literários e sociólogos nos diálogos e disputas.