Racismo e representatividade da criança negra na literatura infantil: reflexões sobre o projeto de extensão e cultura “construindo a própria história”

Abstract

Os livros, “Eu posso ser... o que eu quiser ser” e “Clube da Alegria’, são frutos do projeto de extensão, CONSTRUINDO A PRÓPRIA HISTÓRIA: racismo e representatividade da criança negra na literatura infantil, com fomento do edital Programa de Bolsas de Apoio à Cultura e à Arte - PROCARTE, cujo número do registro é 026.2.035-2017. O primeiro livro indicado, conta a história de uma criança negra que desejava ser princesa, mas que diante da imagem e comportamentos idealizados dessa figura, historicamente carregada de estereótipos, se angustia ao perceber que o seu sonho não “cabe” no mito. A história foi idealizada para ser trabalhada em uma escola de educação infantil, nesse caso, o CMEI da Bela Vista, localizada em um bairro periférico da cidade de Diamantina. A história foi apresentada e contada para as crianças de cinco anos desta instituição, que a partir dos questionamentos feitos pela personagem principal do livro, foram instigadas a construírem a sua própria história.

Integrando Ensino, Pesquisa E Extensão Por Meio De Ações Universitárias Na Pós-Graduação: A Percepção De Profissionais Da Educação Sobre Relações Étnico-Raciais

“…Almejamos por ações em áreas que contemplem as necessidades e interesses da comunidade atendida pela instituição de ensino. Quanto às relações étnico-raciais especificamente, discorrendo sobre o racismo, não são encontrados muitos projetos e ações extensionistas (SABINO; LOURENÇO; SILVA, 2019;LIMA;SILVA, 2018;CORRÊA;, por se tratar de uma temática complexa e controversa. Já na pesquisa, há mais projetos e produções acadêmicas que tratam dessa temática (COELHO; REGIS; SILVA, 2020; SILVA; REGIS, MIRANDA, 2018;MULLER, 2015).…”

Reflexões sobre o que é o “ser preto”: os desafios e dilemas do reconhecimento de uma identificação racial num país miscigenado

“…Reconhecer suas características físicas associadas a algo que não era recorrente no seu cotidiano fez com que Ramon percebesse que era possível ser tão bom quanto Bruce Lee. A importância de representar de forma a considerar a diversidade personagens fictícios especialmente na infância se ampara na medida em que a falta de representação é desencadeadora de um sentimento de inferioridade na qual prevalecem os valores dominantes (Sabino, Lourenço & Silva, 2019) Há na fala de Ramon a presença de uma falta dentro daquilo que mais admirava, que apesar de se ver identificado na luta, havia uma espécie de desencaixe, um elemento faltante devido às evidentes diferenças físicas. Ou seja, diante da imagem projetada do que era ser um lutador de Kung Fu, Ramon carregava uma certa angústia ao perceber que não se reconhecida nem em sua sala de aula e nem com seu ídolo, apenas após o preenchimento dessa falta a partir da personagem "Bruce Lee Roy", ocorreu um impulsionamento, um movimento emocional e simbólico, que o levou a finalmente decidir que a luta seria um dos elementos principais de sua vida.…”