Raiva no Estado do Rio de Janeiro, Brasil: análise das ações de vigilância e controle no âmbito municipal

Abstract

A raiva é uma antropozoonose caracterizada por encefalite viral aguda, com letalidade próxima de 100%, e que vem passando por uma transição epidemiológica na qual o ciclo envolvendo quirópteros vem crescendo em importância. O objetivo da presente pesquisa foi analisar as ações de vigilância e controle da raiva desenvolvidas em municípios do Estado do Rio de Janeiro. Foram aplicados questionários a uma amostra representativa de gestores dos serviços de controle de zoonoses, proporcionalmente calculada em função das Regiões de Saúde, de acordo com o Plano Diretor de Regionalização do Estado. Os dados foram tabulados e trabalhados com técnicas de estatística descritiva. Com base nos resultados encontrados pode-se concluir que as ações de vigilância e controle da raiva estavam sendo desenvolvidas de maneira insatisfatória, principalmente nos itens monitoramento das colônias de morcegos hematófagos, vigilância da circulação viral, notificação e acompanhamento de animais suspeitos ou agressores, quantificação da população canina e controle populacional de cães não domiciliados. A vigilância e o controle da raiva estavam sendo negligenciados e não eram uma prioridade dos serviços de saúde dos municípios avaliados.

Serological Survey of Rabies Virus Infection among Bats in Brazil

“…We can suggest that the detection of seronegative bats might indicate the presence of animals with antibody levels below the threshold of detection using current tests and that actions aimed at the surveillance of rabies in Brazil needs be prioritized. Considering that the aerial cycle of the disease is showing great growth in the country, the risk of virus transmission by bats is always high, regardless of species and severity of the injury, so all bat aggression is considered severe (Moutinho et al, 2015). In addition, the environmental changes that have been occurring in rural areas, the lack of urban planning and architectural and landscape projects have interfered in the spatio-temporal distribution of various zoonotic diseases and contribute to the great population growth of bats, hematophagous or not, in urban areas.…”

“…Diagnostic laboratories of rabies virus are essential for guiding the control program, as well as for guiding epidemiological surveillance for prophylaxis in geographical areas where positive cases are reported. The agreement between the municipalities and the Ministry of Health is that biological material of 0.2% of the canine population be sent to laboratory diagnoses annually (Schneider et al, 1996;Moutinho et al, 2015) Animal rabies is considered endemic in the State of Rio de Janeiro, where, similar to other Brazilian regions, the incidence of rabies acquired by bats is increasing in importance in the last two decades (Moutinho et al, 2015). Surveillance of this viral circulation is very important for the control of the disease, but for such action to be satisfactory and give the desired results there is a need for well-located reference laboratories, well-structured and in sufficient quantity.…”

“…The occurrence of rabies transmitted by bats has been increasing considerably in Brazil. There are several studies in different regions pointing to this growth, besides the change in the epidemiological profile of the disease (Queiroz et al, 2009;Moutinho et al, 2015), mainly in the rural area (Wada et al, 2011). Until 2009, 41 species of bats had already been identified in Brazil with the rabies virus (Sodré et al, 2010).…”

“…Until 2009, 41 species of bats had already been identified in Brazil with the rabies virus (Sodré et al, 2010). In the State of Rio de Janeiro this epidemiological profile change has already been identified in several regions (Moutinho et al, 2015). In Brazil, Desmodus rotundus appears as the main species involved in bovines rabies (Kotait et al, 2009;Favoretto et al, 2013).…”

Perfil Epidemiológico Dos Atendimentos Antirrábicos Humanos No Município De Chapecó, Sc

“…Configura-se como um problema de saúde pública mundial, onerando custos em campanhas de vigilância, controle e prevenção, além de atendimento aos doentes. Ainda endêmica em todo mundo, está predominantemente associada a regiões com menor índice de desenvolvimento (LOPES et al, 2014;MOUTINHO;NASCIMENTO e PAIXÃO, 2015).…”