IntroduçãoTão importante quanto os atributos geográficos e físicos que dão feições ambientais prévias a um lugar, o qual será produzido de modo singular pela coletividade local, tem sido o seu par indissociável, a saber, a memória social. O sujeito que privilegiadamente a aninha, na vida comunitária, é o idoso.Se considerarmos o lugar como o dinamismo indissociável entre o território e a animação coletiva do saber-fazer local, relação na qual o corpo e o ambiente se fundem (CLAVAL, 2006), podemos dizer que a memória social é o seu espírito, isto é, aquilo que enreda simbolicamente a coletividade numa trajetória compartilhada.Nessa perspectiva, a memória social local pode ser compreendida como o fio condutor do tempo social que vincula um dado grupo social em seu lugar, atuando como um contínuo processo de amalgamação de conhecimentos e experiências localizados da vida de sua gente.Os significados atribuídos a certos acontecimentos marcantes do lugar, bem como os concernentes àquilo que ocorre na sociabilidade da vida cotidiana de um lugar, não são perenes. Há uma constante necessidade, individual e coletiva, de revisitação do passado à luz de novos acontecimentos do presente, buscando-se uma ancoragem de significados para as práticas mais imediatas adotadas, sejam elas sistemáticas ou