Nas formulações do látex, o surfactante possui a função principal de promover a estabilidade coloidal do sistema durante o processo de polimerização, bem como durante o armazenamento e transporte do produto final. O surfactante possui também a função fundamental de formar micelas onde ocorrerá preferencialmente a polimerização através do mecanismo de nucleação. Contudo, uma característica importante dos revestimentos, que determinam o seu uso, é a resistência à água na forma líquida ou de vapor. Visto que a água está presente na maioria das aplicações, a tarefa do formulador é utilizar componentes de maior caráter hidrofóbico que satisfaçam as condições de custo e de processo. Neste caso, uma desvantagem da polimerização em emulsão é a
IntroduçãoOs surfactantes, ou agentes tensoativos, são substâncias que alteram fundamentalmente as propriedades da superfície e da interface das soluções aquosas. Todos os surfactantes possuem uma característica comum, possuem uma parte da molécula polar hidrofílica, e outra parte de natureza apolar ou hidrofóbica [1] . Os surfactantes agem reduzindo a tensão superficial substancialmente, orientando sua parte hidrofílica para a fase aquosa e a sua parte hidrofóbica na direção contrária a esta fase e podem ser classificados de acordo com as cabeças hidrofílicas em aniônicos, catiôni-cos, não-iônicos ou anfóteros. Resumo: A indústria de tintas é grande consumidora de látex obtido por polimerização em emulsão. Os surfactantes, essenciais à estabilidade do látex, exercem papel fundamental na produção e na aplicação destes polímeros. Contudo, podem também produzir efeitos adversos nas propriedades do produto, em razão de sua adsorção física às partículas de polímero. Os surfactantes não ligados podem migrar através do filme para as interfaces, formando agregados que podem aumentar a sensibilidade à água, afetando desta forma as propriedades de barreira. Um caminho promissor para minimizar este efeito dos surfactantes convencionais tem sido o uso de surfactantes polimerizáveis, ou reativos, que estão covalentemente ligados ao polímero e, desta forma, não podem ser dessorvidos e migrarem durante a formação do filme. Neste trabalho foram preparados látices de acetato de vinila -vinil neodecanoato (VeoVa 10 ® ), estabilizados com surfactantes não-iônicos convencionais e reativos, e avaliado o desempenho dos filmes obtidos a partir destes látices. Os resultados demonstraram que o uso de surfactantes não-iônicos polimerizáveis pode, sob determinadas condições, trazer ganhos para as propriedades de barreira.
Surfactantes Reativos Não-iônicos em Polimerização em
Palavras-chave:Polimerização em emulsão, surfactantes polimerizáveis, absorção de água, migração de surfactante.
Nonionic Reactive Surfactants in Emulsion Polymerization of Vinyl Acetate -Vinyl Neodecanoate Latexes: Influence on the Water Barrier PropertiesAbstract: The paint industry is a huge consumer of latex from emulsion polymerization. The surfactants, essential to the stability of the latex, play a crucial role in the production...