Arq Bras Endocrinol Metab vol 46 nº 4 Agosto 2002 478
RESUMOA insuficiência adrenal primária pode resultar em uma situação de risco de vida, quando não tratada ou quando o paciente é submetido a situações de estresse. Desta maneira, o reconhecimento, diagnóstico e tratamento correto e precoce da insuficiência adrenal é de fundamental importância na prática clínica. Por outro lado, o avanço no conhecimento dos mecanismos moleculares das diferentes causas genéticas de insuficiência adrenal tem permitido melhor entendimento não só da fisiopatologia, mas também do desenvolvimento e fisiologia da glându-la adrenal. Esta revisão apresenta aspectos clínicos e moleculares de diferentes causas de insuficiência adrenal de origem genética. A GLÂNDULA ADRENAL PRODUZ esteróides que apresentam ações fisiológicas vitais. Assim, a insuficiência adrenal primária (IAP) pode resultar em uma situação de risco de vida, quando não tratada ou em situações de estresse. As diferentes causas de IAP podem ser agrupadas em: alterações do desenvolvimento da glândula, destruição da glândula e deficiência na síntese de cortisol (1). A prevalência das diferentes causas de IAP varia de acordo com a faixa etária. Na criança, a causa mais comum é a hiperplasia adrenal congênita, doença autossômica recessiva decorrente da deficiência de uma das cinco enzimas envolvidas na síntese de cortisol. Na vida adulta, as causas mais comuns incluem a adrenalite autoimune e, em nosso meio, também a tuberculose e a paracoccidioidomicose. Neste texto abordaremos as causas genéticas, excetuando-se a hiperplasia adrenal congênita que está contemplada em outra revisão desta mesma edição.