RESUMO -A demanda cada vez maior por equipamentos elétricos e eletrônicos trouxe a necessidade do desenvolvimento de rotas tecnológicas para o reaproveitamento ou recuperação de seus constituintes. As placas de circuito impresso (PCIs) representam uma fração significativa dessa demanda, uma vez que são constituintes essenciais dos equipamentos elétricos e eletrônicos, As PCIs são compostas por materiais cerâmicos, plásticos e metais, com destaque para o Cobre (Cu), metal mais abundante nessas placas. Levando isso em consideração o objetivo desse trabalho foi recuperar o Cu (cobre) das PCIs utilizando CO 2 supercrítico. O estudo compreendeu a separação das PCIs de celulares descartados; sua moagem em moinho de martelos e facas; sua caracterização e, a extração supercrítica com CO 2 na presença dos cosolventes H 2 SO 4 e H 2 O 2 . Determinou-se a presença de 34,83% em massa de Cu nas PCIs, sendo que cerca de 80% desse total foi recuperado nas lixiviações supercríticas, num tempo de 20 min.
INTRODUÇÃONa sociedade contemporânea, o consumo elevado, o ritmo acelerado da inovação e a chamada obsolescência programada fazem com que os equipamentos eletrônicos se transformem em sucata tecnológica em pouco tempo. São gerados, mundialmente, de 20 a 50 milhões de toneladas de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (EEE), o que representa um problema de ordem global(1,2). Estima-se que o Brasil tenha gerado aproximadamente 1,100 mil toneladas de resíduos de pequenos equipamentos eletroeletrônicos (REEE) em 2014, número este que deve aumentar para 1,247 mil toneladas em 2015 (3). Destacando-se os celulares, dentre esses pequenos EEEs.As placas de circuito impresso (PCIs) são os componentes fundamentais dos EEE e motivam sua reciclagem, por serem compostas por uma quantidade significativa de metais (3). Segundo Yamane et al. (4), PCIs de celulares contém aproximadamente 63% de metais, 24% de cerâmicos e 13% de polímeros. Os metais típicos presentes em PCIs são: Cu (presente em maior percentual), Fe, Sn, Ni, Pb, Zn, Ag, Au e Pd (Huang et al., 2009).Os fluidos supercríticos também vêm sendo considerados como uma alternativa aos métodos convencionais (5). A utilização do dióxido de carbono (CO 2 ) vem sendo investigada, pois ele possui um ponto crítico relativamente baixo (Tc = 31,1°C, Pc = 7,38 MPa), é ambientalmente aceitável, pode ser reciclado e ser modificado com cosolventes (6).