O artigo pretende discutir processos formativos por meio da análise do corpo-movimento de estudantes de Psicologia em atividades de pesquisa e extensão universitárias. Compreende-se o conhecer como processo que ocorre nas experiências corporais e que constituem sujeitos e mundos contingentes e provisórios, dado seu caráter temporal e conectivo. As limitações impostas pela pandemia da COVID-19 compuseram uma dupla problemática: como manter uma formação em Psicologia de qualidade utilizando-se do ensino à distância e como investigar a aprendizagem pelo/com o corpo na pesquisa e na extensão universitária encontrando-se “virtualmente” com seus participantes. Debruçando-se sobre a realização do Projeto Recorpar (Universidade Federal do Espírito Santo - UFES), a análise da segunda problemática indica elementos producentes para a discussão da primeira. Trata-se de um projeto que objetiva consolidar competências e habilidades de estudantes de Psicologia, compartilhando ideias produzidas em grupo de pesquisa, ao realizarem atendimentos clínicos de estudantes usuários da Política de Assistência Estudantil da UFES. A investigação dos atendimentos virtuais nos indica que, ainda que a distância geográfica possa trazer dificuldades diversas ao encontro, é possível desenvolver uma dinâmica para a ampliação da expressividade. Voltando-nos para nossos corpos e escutando o corpo do outro, sentimos a sintonia afetiva que permitia a manutenção numa atitude intencional de presença, a partir da qual se faz uma formação de qualidade.