Na atualidade há um expressivo contingente de refugiados que deixam suas casas devido a conflitos –guerras, perseguições e violações dos direitos humanos– em busca de novas oportunidades. O Brasil tem se tornado um dos destinos destas pessoas, inclusive recebendo crianças refugiadas. Este estudo objetiva revisar a literatura científica disponível em bases de dados eletrônicas nos últimos treze anos a respeito dos impactos psicológicos da imigração involuntária em crianças. A pesquisa foi realizada em cinco bases de dados (BVS-PSI, Periódicos Capes, Francis, Redalyc e PsycARTICLES), a partir da interseção dos descritores “immigration”, “children” e “mental health”. Selecionou-se 48 artigos para análise, sendo constatada a ausência de publicações nacionais. Os conteúdos abordados nos trabalhos foram agrupados constituindo três categorias, a saber: 1) desafios enfrentados pelas crianças ao chegar ao país de acolhimento, 2) impactos psicológicos do processo migratório forçado na infância e 3) propostas de intervenção na saúde mental dos pequenos refugiados. A partir das informações obtidas, enfatiza-se a elaboração de políticas públicas no contexto brasileiro, sobretudo direcionadas a Atenção Básica com vistas a considerar as singularidades da criança refugiada no seu acolhimento.