OBJETIVO: Verificar se o treinamento visual melhora a concordância inter e intra-avaliadores da interpretação da análise acústica espectrográfica. MÉTODOS: Trata-se de um estudo experimental longitudinal que utilizou espectrogramas coletados em um banco de dados de consultório particular, referentes a vozes de homens e mulheres analisadas pelo programa Gram 5.0 em escala de 60 dB, em display scroll, paleta BW, com análise de frequências em escala linear, banda estreita, FFT 1024 e resolução 5.4 Hz. Vinte sujeitos, estudantes de Fonoaudiologia, avaliaram 25 espectrogramas, sendo cinco destes repetidos para avaliar a concordância intra-sujeitos, antes e após um treinamento de análise de espectrogramas. Os parâmetros analisados foram: forma do traçado espectrográfico, grau de escurecimento dos harmônicos, estabilidade do traçado espectrográfico, presença de ruído, presença de sub-harmônicos e definição dos harmônicos. O treinamento teve a duração total de quatro horas. Utilizou-se a estatística Kappa para avaliar a concordância intrassujeitos e o teste Qui-quadrado de ajuste para a concordância intersujeitos. RESULTADOS: Em relação à concordância intra-sujeitos, os aspectos escurecimento do traçado, estabilidade do traçado, presença de sub-harmônicos, e definição de harmônicos obtiveram melhora desta e os demais aspectos mantiveram concordância quase perfeita depois do treinamento. Quanto à concordância intersujeitos, os aspectos de estabilidade do traçado e presença de sub-harmônicos obtiveram melhora, e o aspecto presença de ruído obteve piora após o treinamento. CONCLUSÃO: O treinamento visual melhorou a confiabilidade inter e intra-avaliadores na interpretação de espectrogramas.