Regulação emocional e qualidade do relacionamento com os pais como preditoras de sintomatologia depressiva em adolescentes

Abstract

A adolescência é um período de risco para o desenvolvimento da sintomatologia depressiva, com a regulação emocional e a qualidade do relacionamento com os pais a desempenharem um papel importante no desenvolvimento da Depressão. OBJETIVO(S): Analisar longitudinalmente os efeitos preditores das estratégias de regulação emocional e da qualidade do relacionamento com os pais na sintomatologia depressiva. METODOLOGIA Um total de 566 adolescentes com 13-17 anos de idade preencheram questionários em dois momentos de avaliação, com um intervalo de 6 meses. RESULTADOS: Após o controlo dos efeitos do género, as estratégias de regulação emocional e a qualidade do relacionamento com os pais (T1) explicaram 36% e 21,9% da variância da sintomatologia depressiva (T2), respetivamente. A autocrítica, a catastrofização e a ruminação foram preditoras positivas e significativas, e a reavaliação positiva e o replaneamento foram preditoras negativas significativas. Uma maior perceção de conflito nos relacionamentos com os pais e uma menor perceção de suporte no relacionamento com a mãe previu níveis mais elevados de sintomatologia depressiva. CONCLUSÕES: Os resultados apresentam implicações na prevenção e no tratamento da Depressão na adolescência, tais como abordar o uso de estratégias maladaptativas de regulação emocional e a existência de conflito no relacionamento com os pais, e aumentar os efeitos protetores associados às estratégias adaptativas de regulação emocional e à perceção de qualidades positivas nos relacionamentos.

Vivências de adolescentes com sintomas depressivos em contexto escolar

“…Enferm. UFSM, Santa Maria, v10, p. 1-17, 2020 encontra em fase de aprimoramento na vida do adolescente.Constata-se que, apenas na fase final da adolescência, começa a moldar a maturidade emocional e durante este processo, o adolescente pode estar suscetível à vulnerabilidade 14. Conforme informações publicadas pela OPAS,13 o adolescente com instabilidade emocional precisa ser abordado de forma precoce, com o desenvolvimento de ações de promoção e proteção da saúde, pois pode haver consequências no caráter da alteração do bem-estar mental na fase adulta.…”

Oficinas Psicoterapêuticas em adolescentes com comportamento autolesivo: Uma proposta de intervenção

“…Devido às mudanças que ocorrem no indivíduo durante a adolescência (físicas, psíquicas e socais), o adolescente possui maior vulnerabilidade para desenvolver depressão, apontada como um fator importante de incapacidade na adolescência. Esse transtorno é compreendido como um problema de saúde pública na adolescência por apresentar maior risco de recorrência em outras fases da vida (Antunes et al, 2018;Ferreira et al, 2019;Melo et al, 2017). Contudo, o adolescente faz parte do grupo que menos faz uso de serviços de saúde.…”

“…Brito et al (2019) O relacionamento entre adolescente e pais podem desempenhar um importante papel no desenvolvimento da depressão, dado que, quanto menor o suporte familiar, maior a sintomatologia da depressão. Antunes et al (2018) estudaram 566 adolescentes portugueses, com idades entre 13 e 17 anos e encontraram que quanto maior o conflito com os pais e menor a percepção de apoio recebido (principalmente no relacionamento com a mãe), mais elevados os sintomas de depressão. Os autores ponderam que é esperado algum grau de conflito no relacionamento entre pais e filhos no período da adolescência, no entanto, nas situações em que esses conflitos são intensos e prolongados, a dificuldade no relacionamento familiar se associa aos sintomas de depressão.…”

“…Os autores ponderam que é esperado algum grau de conflito no relacionamento entre pais e filhos no período da adolescência, no entanto, nas situações em que esses conflitos são intensos e prolongados, a dificuldade no relacionamento familiar se associa aos sintomas de depressão. Ao contrário, quanto maior a percepção de afeto, interesse, compreensão, apoio dos pais, diálogo, definição dos papéis na família e regras familiares, menor presença de sintomas depressivos (Antunes et al, 2018;Borges & Pacheco, 2018;Melo et al, 2017).…”

“…Apenas Sabrina, que não apresentava comportamento autolesivo, falou da mãe como figura de cuidado e Érica apontou que sua mãe estava "melhor". Neste sentido, é importante retomar que as adolescentes responderam se sentir sozinhas no CDI e, na segunda aplicação, essa resposta diminuiu, demonstrando não se sentir mais tão sós e, conforme apresentado em alguns momentos do texto, quanto melhor a relação com os pais, menor presença de sintomas depressivos (Antunes et al, 2018;Borges & Pacheco, 2018;Melo et al, 2017).…”