Reincidência de gravidez na adolescência: fatores associados e desfechos maternos e neonatais

Abstract

Resumo O objetivo é analisar os fatores socioeconômicos e demográficos associados à reincidência de gravidez na adolescência, assim como verificar a associação com desfechos maternos e neonatais desfavoráveis. É um estudo transversal, a partir dos dados do “Nascer no Brasil”, composto por puérperas adolescentes e seus recém-nascidos. Utilizou-se regressão logística univariada e múltipla para indicar os fatores associados à essa reincidência. A reincidência da gravidez na adolescência esteve associada à idade materna de 17-19 anos (OR=3,35; IC95%=2,45-4,59), à escolaridade inadequada para a idade (OR=4,34; IC95%=3,50-5,39), à intenção de engravidar, à residência na capital do estado e ao fato do companheiro ser chefe da família. No entanto, as adolescentes primíparas apresentaram maior chance de doença hipertensiva e crescimento intrauterino restrito. Conclui-se que há um elevado percentual de reincidência de gravidez na adolescência no Brasil. Adolescentes com companheiro, pouca escolaridade e sem planejamento reprodutivo são as mais expostas a ter duas ou mais gestações antes dos 20 anos, demostrando dificuldades em postergar a primeira gestação. Todavia as adolescentes primíparas apresentam maior chance de intercorrências do que as multíparas.

"Challenges of Teenage Pregnancy: Characterization of the Population of a Portuguese Hospital"

“…Contrary to some findings, our study revealed that the majority of these adolescents received adequate and supervised prenatal care [14].…”

Gravidez na adolescência: aspectos epidemiológicos da maternidade precoce no Estado do Pará, Brasil

“…Esse atraso escolar, combinado à falta de auxílio socioeconômico, pode desencadear o abandono dos projetos educacionais e dificuldades na carreira profissional 34 . Além disso, o grau de instrução da adolescente grávida interfere na taxa de fecundidade em uma razão inversamente proporcional 13 .…”

“…O Brasil é um dos líderes em relação à maternidade precoce na América Latina, com um risco de gravidez quatro vezes superior aos países da Europa 13,14 . Em 2020, o Brasil registrou 14% de nascidos vivos de adolescentes até 19 anos, e a maior média (21,3%) está registrada na Região Norte, além das Regiões Nordeste e Centro-Oeste 15,16 .…”

Papel Da Extensão Universitária Na Prevenção De Doenças Crônicas Através Da Divulgação De Conhecimento Na Rede Pública De Ensino

“…Para Assis et al (2021), grávidas adolescentes costumam ter acesso ao pré-natal de forma inadequada, iniciando mais tardiamente, tendo, portanto, um menor número de consultas, quando comparadas as adultas. Podendo levar a maior probabilidade de parto prematuro, baixo peso ao nascer, mortalidade materna e neonatal em gestantes adolescentes.…”