Sabe-se que o Sistema de Organização Modular de Ensino – SOME é responsável pela ampliação da oferta de educação básica em comunidades do campo em todo o Estado do Pará e assim garantiu a milhares de jovens a conclusão dos estudos em suas próprias comunidades. No entanto, é comum o discurso sobre as dificuldades enfrentadas por alunos e professores. Desse modo, este estudo visou compreender a organização do Sistema Modular nas comunidades ribeirinhas, tendo como objetivo fazer um panorama da realidade de funcionamento do programa a partir da percepção de docentes e discentes a partir das suas vivências em escolas ribeirinhas do município de Abaetetuba – Pará. Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso, que contou com a participação de vinte e nove sujeitos, vinte alunos (entre egressos e com matrículas ativas na escola) e 9 (nove) professores (que já atuaram na escola da pesquisa). Os resultados apontaram a importância desse sistema para a formação da juventude do campo, mas, simultaneamente, as inúmeras dificuldades físicas e pedagógicas enfrentadas diariamente por alunos e professores, como a falta de escolas, material de apoio, material pedagógico, ensino descontextualizado da realidade do campo, falta de identidade docente com a educação do campo, etc. Concluiu-se que esse sistema ainda não conseguiu garantir a qualidade essencial para a transformação de uma realidade comum entorno das escolas e da educação do campo, o descaso com o processo de ensino.