Resumo: Introdução: Os doentes oncológicos com necessidade de cuidados paliativos continuam a ser internados em serviços cirúrgicos, onde os enfermeiros estão preparados para cuidar do doente cirúrgico e não para atender as suas necessidades paliativas e as da sua família. Emerge a necessidade de mudança, em que a família deve ser envolvida nos cuidados. Objetivos: Compreender a perceção dos cuidadores familiares sobre as intervenções do enfermeiro no cuidar do doente oncológico com necessidades de cuidados paliativos; descrever as perceções dos familiares relativamente ao apoio e à disponibilidade dos enfermeiros. Metodologia: Estudo qualitativo, com recurso a uma entrevista semiestruturada, aplicada a 10 familiares de doentes oncológicos com necessidade de cuidados paliativos, internados num serviço cirúrgico, cujos resultados foram analisados através da análise de conteúdo. Resultados: Os familiares entrevistados consideram que a dinâmica hospitalar é centrada no curar e que não foram cuidados pelos enfermeiros, não existindo, assim, interesse pelo seu processo experiencial e vivencial. Conclusão: Identificámos fatores facilitadores e dificultadores percecionados pelos familiares aquando do internamento do seu familiar. Pensamos que os resultados deste estudo indicam ser necessária uma mudança na prática de enfermagem, quer em termos de relação de ajuda, quer no próprio cuidar em enfermagem, tendo sempre presente que a família também deve ser cuidada.