Mais de 100 anos após a instituição do primeiro Código Eleitoral brasileiro, em 1932, a sub-representação feminina na política ainda é uma realidade persistente. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, embora as mulheres representem 53% do eleitorado, nas eleições de 2022 elas conquistaram apenas 18% dos cargos em disputa. Essa exclusão é ainda mais acentuada entre as mulheres negras e de outras etnias, classes sociais e orientações de gênero. Os casos de abuso, assédio moral e sexual, agressões físicas, virtuais e ameaças de morte contra as mulheres são frequentes e constantes nos noticiários. Este artigo aborda as diversas formas de violência enfrentadas pelas mulheres na política, com foco nos casos que ganharam destaque na mídia durante o primeiro semestre de 2022. A metodologia utilizada inclui revisão bibliográfica e pesquisa documental, por meio de uma abordagem de bola de neve em sites jornalísticos. Os resultados revelam que a violência política tem sido uma ocorrência frequente e se intensifica à medida que a presença das mulheres nos espaços de poder avança, principalmente com o crescimento do conservadorismo, incentivando atitudes machistas e agressivas em todas as esferas da sociedade. Embora tenham sido observados alguns avanços, como a promulgação da lei que tipifica a violência política contra a mulher, é importante ressaltar que sua aplicação ainda é limitada e enfrenta desafios devido à cultura machista presente no judiciário.