A concentração dos gases de efeito estufa tem aumentado consideravelmente na atmosfera terrestre devido às ações antrópicas, intensificando o aquecimento global e desencadeando mudanças climáticas. Por conta desse cenário, ações estão sendo tomadas para reduzir as emissões desses poluentes, sobretudo o dióxido de carbono, CO2. O Protocolo de Kyoto (Kyoto, 1997) e a 21ª Conferência das Partes, COP21 (Paris, 2015), são exemplos de acordos globais para a redução das mudanças climáticas. Nesse contexto, tecnologias avançadas para o sequestro de dióxido de carbono estão em desenvolvimento, dentre as quais aquelas baseadas na adsorção física. O estudo integra essa classe de processos e utilizou um biochar produzido através da pirólise das sementes da mangaba (Hancornia speciosa) como adsorvente. O biochar foi caracterizado quanto à área superficial, diâmetro de poros, morfologia e determinação dos grupos funcionais. A adsorção de CO2 foi realizada utilizando-se a técnica volumétrica estática, variando-se a pressão inicial do sistema que consistiu numa coluna de leito fixo em escala semi-piloto. Os dados experimentais foram ajustados a modelos da literatura. O modelo de Freundlich foi o que melhor se ajustou, constatando a adsorção em multicamadas. A cinética de adsorção seguiu o modelo de difusão intrapartícula, indicando que a difusão é a etapa limitante do processo. O valor máximo de capacidade adsortiva obtido para o biochar foi 5,21 mol CO2/kg de bioadsorvente.