A miringoplastia é uma cirurgia com a finalidade de controlar a infecção no ouvido médio, reconstruir o mecanismo de transmissão sonora para a janela oval e proteger a janela redonda. São descritos diversos materiais para reconstruir a membrana timpânica, destacando-se a fáscia do músculo temporal, pericôndrio do tragus, cartilagem, dura-máter, tecido placentário, entre outros. Objetivo: Este trabalho tem objetivo de demonstrar o efeito de um novo biomaterial, a membrana de látex natural com polilisina, desenvolvida no laboratório de Neuroquímica do Departamento de Bioquímica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo -USP. Forma de estudo: Coorte Longitudinal. Material e método: O biomaterial utilizado é estimulante da neovascularização e crescimento tecidual organizado em diferentes órgãos e tecidos, sendo um material inócuo e não rejeitado pelo organismo. Foi usada a biomembrana de látex com polilisina como um implante transitório para o fechamento da perfuração da membrana timpânica. A membrana foi colocada na face externa dos bordos da membrana timpânica e a fáscia temporal na face interna da mesma. Foram estudadas 238 orelhas com perfuração de membrana timpânica por seqüela de otite média crônica, submetidas a miringoplastia com enxerto de fáscia de músculo temporal e a membrana de látex natural, com idades de 7 a 76 anos. Apresentavam uma ou mais miringoplastias anteriores sem sucesso 41 dos casos. Resultado: Como ressaltamos preliminarmente, verificamos pega do enxerto em 90,5% das orelhas (181), sendo fechamento de perfuração amplas, 96; médias, 73 e 12 pequenas. Verificamos intensa vascularização em 100% dos enxertos, o que não é habitual quando não se usa a membrana de látex natural. Conclusão: Conclue-se que o biomaterial usado merece nossa atenção quanto ao seu uso como implante transitório em miringoplastias, melhorando o processo de revascularização da membrana timpânica remanescente.