“…A literatura pondera diversos condicionalismos que poderão cooperar para a explicação de tais discrepâncias, entre os quais se salientam a verbalidade ou não verbalidade dos itens utilizados na avaliação, o grau de adequação do comportamento dos indivíduos à situação de teste e o grau de acessibilidade a "oportunidades ambientais", promotoras do desenvolvimento cognitivo (no seio da família e/ou em contextos mais amplos de educação e socialização;Lemos, 2007;O'Connor & McCartney, 2007). De maneira geral, esse viés nos resultados parece decorrer do formato e do conteúdo dos itens utilizados, sobretudo quando verbais ou associados ao desenvolvimento da linguagem, sendo que as crianças dos meios urbanos ou mais favorecidos tendem a envolver-se de forma mais genuína e espontânea na resolução dessas tarefas(Lemos, 2007;Roazzi & Souza, 2002;Te Nijenhuis, Evers, & Mur, 2000).Sintetizando, crianças pertencentes a ambiente familiares e a contextos sociais mais favorecidos, econômica e culturalmente, beneficiam de mais oportunidades de interação com as ferramentas e os artefatos de uma cultura dominante, podendo, dessa forma, otimizar o seu desenvolvimento…”