O modelo educacional estabelecido no Brasil, em linhas gerais, incentivou a escolarização e padronização do ensino em detrimento da formação individual e autodidata. A forma como o modelo educacional brasileiro se estruturou ao longo do tempo, inviabilizou que famílias brasileiras pudessem optar pelo ensino domiciliar, tal empecilho legal tem gerado cada vez mais, um maior desconforto por parte de famílias que impedidas de ensinar a sua maneira, tendem a recorrer à justiça como alternativa de viabilização desse desejo. Com o passar do tempo, o aumento de ocorrências e relevância da pauta, estudos, pesquisas e até projetos de lei têm surgido com o propósito de debater e propor soluções para essa demanda que é uma realidade viável em diversos outros países. O presente trabalho tem por objetivo contribuir para o debate e reflexão sobre a Educação Domiciliar no Brasil, com base em uma metodologia bibliográfica, pautada em diferentes estudos e pesquisas, o presente texto, tem por escopo problematizar a forma como essa pauta tem sido discutida e proposta no cenário nacional, evidenciando visões antagônicas nesse processo e aprofundando a medida em que traz considerações a aspectos como o anticientificismo, a polarização política e algumas problemáticas pedagógicas derivadas desse debate. Conclui-se que assim como outras discussões, a possibilidade de um ensino domiciliar legalmente amparado no Brasil tem tomado um tom ideológico e polarizado, são percebidas sob perspectiva pedagógica a socialização e a negligência intelectual como dois dos aspectos mais preocupantes, além disso, são propostas reflexões e apontamentos acerca de exemplos como o modelo português de ensino domiciliar e o pensamento de um homeschooling brasileiro voltado meramente as elites.