Contexto: A prevalência de perturbações psiquiátricas justifica um maior investimento na promoção da Saúde Mental, ainda que conscientes de que esta prioridade se mantém um desafio nas políticas de saúde. A promoção do bem-estar da pessoa com perturbação mental com recurso a intervenções psicoterapêuticas, implementadas pelo enfermeiro especialista em Saúde Mental, constituiu-se um desafio nesta experiência. Objetivo(s): Descrever um relato de experiência decorrente de um programa de Saúde Mental Positiva desenvolvido num serviço de internamento de agudos. Métodos: Trata-se de um programa que se concretiza na encenação do Decálogo de Saúde Mental Positiva da autoria de Lluch-Canut (2011). Utilizou-se uma metodologia participativa envolvendo os utentes com doença mental (n=24), destacando-se a Depressão Major, a Esquizofrenia e a Doença Bipolar. Participaram, ainda, enfermeiros especialistas em Saúde Mental e Psiquiatria e estudantes de Enfermagem desde a conceção do guião, planeamento, preparação do cenário e dramatização. Resultados: Os resultados da avaliação deste programa revelaram i) elevada adesão dos utentes internados; ii) que o programa constituiu uma experiência significativa para os utentes; iii) que o programa foi um contributo para o alcance de fatores promotores de Saúde Mental Positiva, integrantes do Modelo Multifatorial apresentado por Lluch-Canut (1999): satisfação pessoal; atitude pro-social; autocontrolo; autonomia; resolução de problemas e auto-atualização e habilidades de relacionamento interpessoais. Conclusões: A encenação, com a participação ativa dos utentes internados e profissionais de saúde, foi eficaz na expressão de emoções positivas, nos envolvidos, pelo que se sugere um maior investimento neste tipo de intervenções em pessoas com doença mental.