Áreas degradadas decorrem da ação antrópica, como as adjacentes às usinas hidrelétricas (UHE), onde o solo é removido para uso na construção da barragem. Sem a camada fértil, o subsolo exposto não contribui à regeneração natural. Em decorrência da intensa degradação, novas tecnologias são requeridas para seu recobrimento vegetal e recuperação de suas funções ecossistêmicas. Nesta busca, procedeu-se a inoculação (solo-inóculo) de microrganismo e a adição de resíduos. Transcorridos seis anos, este estudo teve por objetivos avaliar os atributos químicos e microbiológicos do solo, bem como o crescimento espontâneo de gramíneas nativas, neste trabalho consideradas indicadoras. O trabalho foi realizado numa área degradada para a construção da UHE, em Selvíria-MS, na fazenda da UNESP-Faculdade de Engenharia, Campus de Ilha Solteira, cuja vegetação original era o Cerrado. O delineamento experimental foi blocos casualizados, em esquema fatorial 2 x 4, ou seja, 4 tratamentos de resíduos nas covas (macrófitas-MC, cinza da queima do bagaço de cana-de açúcar-CZ, MC+CZ e controle sem resíduos) e 2 tratamentos de solo-inóculo (com e sem), com 4 repetições (blocos) e 5 covas por repetição. O solo-inóculo, fonte de microrganismos, incluindo esporos de fungos micorrízicos arbusculares (FMA), foi coletado em Cerrado preservado. Incrementos nos teores de P, K, Ca, SB e V%, com redução para Al e maior esporulação de FMA foram proporcionados pela adição de solo-inóculo, mas não pelos resíduos. Após seis anos da sua implantação constataram-se pequenas alterações, indicando que as contribuições dos resíduos já foram esgotadas, ou que a quantidade aplicada foi insuficiente devido a intensa degradação existente.