RESUMOIntrodução: A fenda lábio-palatina é a malformação congénita craniofacial mais frequente. Na presença de defeito ósseo, a técnica de enxerto ósseo alveolar secundário é o método de correção mais consensual entre os autores. Neste estudo avalia-se o resultado da aplicação desta técnica num hospital terciário. Material e Métodos: Análise dos enxertos ósseos alveolares secundários realizados entre 2007 e 2014, sendo incluídos os casos em que a crista ilíaca foi a região dadora e em que a informação clínica e imagiológica estava completa. A eficácia da intervenção foi avaliada radiologicamente com recurso à escala de Bergland (tipo I-IV), e correlacionada com variáveis associadas à patologia e/ou correção cirúrgica. Resultados: Dos 32 enxertos ósseos alveolares secundários realizados, 29 cumpriam os critérios de inclusão: 13 casos (44,8%) correspondiam a fendas pré-forâmen unilaterais completas; quatro (13,8%) a fendas pré-forâmen bilaterais completas; oito (27,6%) a fendas transforâmen unilaterais e quatro (13,8%) a fendas transforâmen bilaterais. Pela escala de Bergland (aplicada com um seguimento médio de 8 ± 5 meses), seis eram do tipo I, 15 do tipo II, cinco de tipo III e três do tipo IV. Não foi encontrada associação entre a eficácia da intervenção cirúrgica e o tipo de fenda lábio-palatina, presença do incisivo e fase de erupção do canino. Cinco doentes foram submetidos a novo enxerto ósseo alveolar (três tipo II e dois tipo III na avaliação inicial). Discussão: Na presente série, o enxerto ósseo alveolar foi eficaz na maioria dos doentes (72%, tipo I e II), independentemente do tipo de fenda lábio-palatina. A proporção de falências (10,3%) e a necessidade ulterior de reintervenção (17%) foram relativamente altas justificando o seguimento a longo-prazo e a continuação deste estudo. Conclusão: Importa realçar o envolvimento multidisciplinar para identificação atempada do momento ideal para intervenção e otimização dos resultados. Palavras-chave: Enxerto de Osso Alveolar; Fenda Labial; Fenda Palatina; Procedimentos Cirúrgicos Reconstrutivos.
ABSTRACT Introduction:Orofacial clefts are the most frequent craniofacial birth defects. In the presence of bone defect, the secondary alveolar bone grafting is the correction method most commonly accepted by clinicians. This study evaluates the result of this technique in a tertiary hospital. Material and Methods: Analysis of the secondary alveolar bone grafting performed between 2007 and 2014, with inclusion of cases in which the iliac crest was the donor site for the graft and the clinical and imaging information was complete. The success of the intervention was assessed radiographically using the Bergland scale (type I-IV) and correlated to variables associated with pathology and/or surgical correction. Results: Of the 32 secondary alveolar bone grafting performed, 29 met the inclusion criteria: 13 cases (44.8%) corresponded to complete unilateral pre-foramen clefts; four (13.8%) to complete bilateral pre-foramen clefts; eight (27.6%) to transforamen unilateral cl...