Introdução: o câncer de estômago representa um desafio significativo para a saúde pública devido à sua alta incidência e impacto na morbidade e mortalidade. Além de ser uma das neoplasias malignas mais comuns em todo o mundo, é frequentemente diagnosticada em estágios avançados, o que dificulta o tratamento e reduz as taxas de sobrevida dos pacientes. Objetivo: identificar o perfil sociodemográfico dos óbitos por neoplasia maligna de estômago no estado do Amapá. Método: estudo epidemiológico descritivo de série temporal. Foram incluídos todos os óbitos por neoplasia maligna do estômago registrados no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), disponibilizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2022, no Estado do Amapá. Realizou-se a análise descritiva dos dados, por meio da determinação de frequências absolutas e relativas. Resultados: dos 541 casos registrados, houve maior acometimento desse agravo entre indivíduos do sexo masculino (68,6%), com idade superior ou igual à 60 anos (61,2%), raça/cor parda (66,3%) e tempo de escolaridade de um a sete anos (44%). Ao observar os dados por ano registrado, em 2019 identificou-se o maior número de óbitos registrados (n=72) e foi possível notar o aumento da frequência dos óbitos registrados do ano de 2013 ao de 2022, entre indivíduos do sexo feminino (28,3% e 32,1%), na faixa etária de 30-59 anos (30,4% e 39,6%), pardos (60,9% e 68%) e com escolaridades de oito a 11 anos (10,9% e 15,1%) e maior ou igual a 12 anos (4,3% e 15,1%). Conclusão: os achados reforçam a necessidade de uma abordagem integrada e abrangente no enfrentamento do câncer de estômago, com foco na promoção da saúde, prevenção e tratamento adequado para a redução dos impactos desse agravo na saúde pública, favorecendo desfechos clínicos e epidemiológicos associados a essa neoplasia.