A Sinfonia n. 8 (1950) de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) é marcada pela estreita relação do compositor com os Estados Unidos, assim como a busca por uma linguagem musical universal. Pertencente a quarta fase criativa, essa sinfonia é caracterizada pelo retorno aos gêneros musicais do passado e pelo distanciamento do nacionalismo. Constatamos a presença de diversos diálogos com estruturas, técnicas e procedimentos herdados de estilos e de compositores precursores. Dentre os múltiplos processos criativos empregados por Villa-Lobos, destacamos um procedimento alusivo à linguagem harmônica cadencial, sendo um artifício típico da escrita villalobiana. Investigamos dez tipos de gestos conclusivos presentes na Sinfonia n. 8, ocorrentes nos finais de seções e de movimentos, sendo designados como: finalização em mônadas; finalização em díades; finalização em acorde pentatônico; finalização wagneriana; finalização por acorde Tristão; finalização por motivo Tristão; finalização varèsiana; finalização em quartas; finalização diatônica; e finalização cromática.