Resumo Muitos linguistas aplicados brasileiros têm se preocupado com a lacuna existente entre a formação inicial e continuada de professores e as fragilidades na relação universidade-escola (REIS, 2018; GIMENEZ; BONACELLI, 2013; GIMENEZ et al., 2008; ECKERT-HOFF, 2008, SÓL, 2014, REIS e CAMPOS, 2021, dentre outros). No entanto, há ainda muito a fazer, pesquisar e refletir sobre a formação inicial e continuada de professores. Assim, este estudo objetivou investigar a (des)construção identitária de docentes de Língua Inglesa (LI) da Educação Básica, de professores em formação e de seus formadores, envolvidos em disciplinas de Estágio Supervisionado (ES) em uma universidade federal do Estado de Minas Gerais. Este estudo seguiu o paradigma qualitativo-interpretativista (DENZIN; LINCOLN, 2006; FLICK, 2009) e princípios etnográficos de pesquisa, contando com a participação de duas formadoras de professores, dois professores em formação e duas professoras de LI da rede pública de ensino, supervisoras de ES. Os instrumentos de geração dos registros foram questionários semiestruturados e narrativas escritas. O corpus foi analisado descritivamente e qualitativamente sob o referencial teórico da Linguística Aplicada (LA) e abordagens filosóficas de Michel Foucault, Jacques Derrida, Gilles Deleuze e Félix Guattari. A partir dos gestos de interpretação, pode-se perceber que as três instâncias representadas pelos professores supervisores dos ES, os professores em formação e os formadores se apresentam por meio de uma tríade rizomática de formação docente, em que se atravessam, afetam e são afetadas pelas práticas uns dos outros. Concluindo, o estudo evidencia que não é possível pensar a relação universidade-escola sem considerar a multiplicidade de fatores que incidem sobre esses dois espaços e que é inevitável analisar um desses espaços sem atravessar o outro.