A cirurgia robótica é uma tecnologia minimamente invasiva com a necessidade de treinamento específico e conhecimento da clientela para a operacionalização desse recurso. Faz-se necessário conhecimento profundo dessa realidade e dos fatores determinantes de aspectos clínicos e procedimentais nos hospitais de formação. O estudo trouxe como objetivo identificar o perfil cirúrgico dos pacientes submetidos à cirurgia robótica em um hospital universitário. Como metodologia, trata-se de um estudo retrospectivo, com abordagem quantitativa descritiva. A coleta de dados foi a partir dos registros dos prontuários dos usuários assistidos pela equipe de cirurgia robótica, de julho a dezembro de 2019. Os resultados mostraram que foram realizados 139 procedimentos, sendo a cirurgia urológica a principal especialidade robótica (61,2%), em homens (64,7%) entre 60 e 69 anos (43,2%), ASA 2 (77,7%) e a hipertensão o fator de risco mais frequente (46,8%). A cirurgia robótica utiliza a anestesia geral (91,3%) com um tempo médio de 2 a 4 horas de cirurgia (43,2%) e 4 a 6 horas sob efeito anestésico (57,5%). A posição de Trendelemburg associada à litotomia ocorreu na maioria das cirurgias (45,3%) com escala ELPO com escore maior ou igual a 20 (52,5%). A capnografia é fundamental (95,7%), além do acesso venoso periférico (97,9%), sendo a complicação perioperatória a via aérea difícil (2,9%), ainda que os escores baixos estejam de acordo com os dados internacionais. Conclusão: os dados obtidos neste estudo permitiram identificar o perfil dessa clientela, oferecendo embasamento à equipe de saúde para atuar de acordo com a especificidade cirúrgica.