Resumo: O artigo trata da narrativa da história de vida de José Honorato Batista Neta, com ênfase na educação institucionalizada de uma transexual, pobre, negra, moradora de periferia, que consegue escolarização para galgar o ingresso no ensino superior público e gratuito, tensionando constantemente preconceitos inerentes à educação formal no Brasil. O objetivo do estudo foi compreender paradigmas presentes no contexto das instituições educativas que endossam preconceitos instituídos historicamente às transexuais, especialmente, pobres e negras. Desenvolveu-se uma pesquisa do tipo biográfica, amparada teoricamente na História Cultural, com perspectiva microhistórica, que utilizou a metodologia da História Oral. Situado na história do presente, o recorte temporal foi delimitado pelo ano em que José Neta iniciou sua escolarização e o ano em que ingressou no curso de Pedagogia na Universidade Estadual do Ceará-UECE (2000)(2001)(2002)(2003)(2004)(2005)(2006)(2007)(2008)(2009)(2010)(2011)(2012)(2013)(2014)(2015)(2016)(2017). Constatou-se que José Neta nasceu com o corpo masculino, mas cedo, percebeu que não se identificava com tal anatomia, bem como com os padrões de comportamento instituído para o sexo masculino. Durante a infância e a adolescência sofreu violência psicológica e física, devido sua orientação sexual -xingamentos, agressão física, estupro, etc.-. O preconceito marcou, de maneira velada, sua vida educacional, contudo, diferente da maioria das transexuais brasileiras, rompe com os paradigmas normativos veiculados pela família, escola e igreja, assume-se como Cómo referenciar este artículo / How to reference this article