Resumo: A utilização de modelo animal, em especial camundongos e ratos, é uma prática consolidada nas pesquisas biomédicas, que visam, usualmente, caracterizar processos biológicos ou testar tratamentos, medicamentos em animais não humanos antes de verificar se os resultados se aplicam aos humanos. Tal uso de animais se assenta na proximidade genética entre humanos e roedores, portanto, na suposição de que os processos biológicos de humanos e animais são similares. Os corpos dos animais são tratados como substitutos ou representativos dos humanos, mas isso não significa dizer que são apenas representações cognitivas, eles são também encarnações de ações e práticas que constituem tipos de questões científicas e indicam que perguntas podem ser respondidas. O que este trabalho pretende interrogar são os modos práticos de produção de modelos animais. Como os animais se tornam portadores de doenças relevantes para os humanos? Como tornar seus corpos comensuráveis aos nossos?