Resumo O estudo buscou realizar a revisão crítica de um conjunto de revisões bibliográficas no intuito de conhecer como o cyberbullying é compreendido pela comunidade científica, como o fenômeno vem sendo conceituado, como suas dinâmicas têm sido descritas, quais personagens identificados e quais as associações apontadas à saúde das pessoas intimidadas e dos perpetradores. A literatura mostrou que não há um consenso sobre a conceituação de cyberbullying, contudo há argumentos que defendem sua especificidade e diferenciação em relação ao bullying. Ele pode ocorrer a qualquer momento e sem um espaço demarcado fisicamente, pode ser disseminado globalmente, o tempo de permanência das postagens ofensivas é indeterminado. Quanto à questão de gênero associada a essa prática, observou-se um viés reducionista do debate, indicando diferenças baseadas numa suposta superioridade tecnológica dos meninos. Os estudos revisados apontam que tanto as vítimas quanto os praticantes de cyberbullying vivenciam experiências negativas em sua saúde psicológica e comportamental, podendo ocorrer inclusive evasão escolar, isolamento social, depressão, ideação suicida e suicídio. Todavia, pouco se problematiza sobre a cultura cyber e como esta estabelece novas socialidades – conhecimento e debate cruciais à compreensão do fenômeno.