Introdução: Na área de saúde, o grau de satisfação dos profissionais determina a qualidade de serviço e a satisfação dos pacientes.Objectivo: Avaliar os factores associados à insatisfação em médicos que trabalham em unidades hospitalares de nível terciário, em Luanda, Angola.Material e Métodos: Estudo transversal, com uma amostra de médicos das principais unidades hospitalares de nível terciário do sector público em Angola. Utilizamos um questionário adaptado de outros instrumentos validados. Usamos o teste Qui-quadrado para analisar a relação entre a insatisfação profissional e as variáveis demográficas e da vida profissional.Resultados: De um total de 164 participantes, a maior parte (83.5%) relatou a insatisfação profissional, principalmente em relação à remuneração (92.7%), horas de trabalho (89.6%), carência de meios de adequados (80.5%) e segurança pessoal (62.8%). Verificou-se uma associação entre a insatisfação e as variáveis local de trabalho, horas de trabalho, diferenciação profissional e área de especialidade (P <0.05).Conclusão: Os resultados indicam uma elevada taxa de insatisfação profissional entre os médicos dos hospitais de nível terciário em Angola, com particular realce para os aspectos da vida profissional e segurança pessoal, o que sugere a necessidade de atenção para as componentes social e profissional com vista à melhoria da qualidade de serviço prestado pelos médicos.