RESUMO Os objetivos deste estudo foram determinar a prevalência da dor recorrente nos escolares de Londrina, caracterizar os quadros álgicos e verificar as associações existentes entre as dores e as variáveis estudadas. Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo corte transversal. A amostra foi representativa para os escolares de sete a 14 anos entrevistados na escola, em Londrina, após consentimento dos pais. Dos 915 escolares entrevistados, 28,75% referiram alguma dor recorrente conforme os critérios para cada local de dor e 3,39% apresentavam dor em mais de um local. Dor de cabeça foi a mais frequente (15,96%), seguida da dor nos membros (6,99%) e dor abdominal (6,78%). Não se observaram associações entre as dores em geral com sexo, faixa etária, classe social, escolaridade do chefe da família, estado conjugal dos pais, ordem de nascimento e atividade laborativa da mãe. A dor abdominal recorrente apresentou associação estatística com a faixa etária. Dor nos membros apresentou associação com classe social e escolaridade do chefe de família. Crianças de familiares com história de dor apresentaram maior prevalência de dor recorrente comparadas àquelas famílias sem queixas de dor (p=0,001). Mais da metade das crianças foi prejudicada na assiduidade escolar e nas atividades de lazer.