Introdução: Elevadas prevalências de inadequações nas ingestões diárias de energia, macro e micronutrientes, sobrepeso e obesidade, são característicos de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e estão associados à seletividade, que promove a monotonia alimentar. Objetivo: analisar o consumo alimentar e o estado nutricional antropométrico e dietético de crianças com TEA, associando-os ao comportamento alimentar. Metodologia: Trata-se de estudo transversal com 40 crianças (de 05 a 10 anos), em que se aplicou entrevista, respondida pelos responsáveis, contendo dados socioeconômicos, de saúde, da ingestão alimentar, por meio do recordatório alimentar de 24 horas e o questionário de comportamento alimentar Swedish Eating Assessment (SWEAA). Os dados com distribuição normal foram associados por meio do Teste t-Student, ANOVA e Correlação de Pearson. Para as variáveis não-paramétricas utilizou-se Mann-Whitney, Kruskal-Wallis e correlação de Spearman. O nível de significância foi definido em 5% para todos os testes. Resultados: Os cuidadores das crianças eram, na maioria, mães (92,5%), com ensino superior completo (57,5%) e renda mensal média de três salários mínimos. Observou-se sobrepeso e obesidade em 60% das crianças, dor ao defecar (62,5%), acompanhada de dores abdominais (55%), com ingestão diária inadequada de energia (57,5%), fibras (95%), gorduras poliinsaturadas (82,5%), cálcio (875%), potássio (92,5%), magnésio (52,5%), vitaminas A (67,5%), D (87,5%), B1 (71.5%), B2 (77,5%), B9 (82,5%) e B12 (47,5%). Quando o consumo de nutrientes foi associado o SWEAA, crianças com consumo excessivo de sódio, apresentam maiores escores (160 ± 25,66) e o consumo baixo de ferro e vitamina B9 resultou em menores escores do SWEAA. Logo, as inadequações alimentares encontradas no estudo podem também afetar a qualidade de vida dessas crianças, o desenvolvimento comportamental, e predispor à exacerbação de um comportamento alimentar mais desafiador.