"Seeing Like a Social Movement": Institucionalização simbólica e capacidades estatais cognitivas

Abstract

Inspirados na metáfora visual cognitiva de Scott em Seeing Like a State, propomos a noção de institucionalização simbólica. Nela, são enfatizadas as disputas e a circulação de categorias e formas de classificação do mundo dos movimentos sociais. Sugerimos que atentar para tais formas simbólicas é heuristicamente proveitoso à compreensão da gênese e da transformação de capacidades cognitivas do Estado, institucionalizadas em políticas públicas via interações com os movimentos.

“Jesus Speaks Better”: Interactions Between State and Faith-Based Organizations in Service Implementation

“…The analysis has contributed to the literature about FBOs, hybridization, and institutional fit, showing how the cooperation between state organizations and FBOs happens, what enables it, and how it affects all the organizations involved in this process. The findings support the initial hypothesis that the State’s interactions with social actors such as TCs lead to the incorporation of values and cognitive frameworks by both, generating a mutual constitution between these actors (Abers et al, 2014, 2018; Carlos et al, 2017; Lavalle et al, 2012; Szwako & Lavalle, 2019). It also confirms what the literature on hybridization has identified regarding organizations genuinely cooperating across different institutional environments (Kinney, 2006; Scheirer, 1994; Seibel, 2015).…”

“…However, the consequence of the adoption of a concept that mediates the conflict is that both sides have to change. State organizations incorporate ideas and values specific to these TCs, beginning to see like these organizations (Szwako & Lavalle, 2019). TCs also have to adopt new practices and concepts to their services.…”

Disputando o partido, enfrentando opositores: efeitos políticos dos movimentos negro e LGBT+ nos governos Lula e Dilma (2003-2014)

“…Interações entre ativistas e esses órgãos dão origem a "encaixes institucionais" que fornecem aos ativistas pontos de acesso para ampliar e estabilizar sua capacidade de influência sobre as políticas públicas (Carlos;Albuquerque, 2018;Gurza Lavalle et al, 2019). Além de mudanças na estrutura do Estado, as interações entre movimentos sociais e instituições políticas também produzem transformações simbólicas nas "capacidades cognitivas" estatais, em um processo de "institucionalização simbólica" (Szwako;Gurza Lavalle, 2019).…”

MINIPÚBLICOS E INOVAÇÃO DEMOCRÁTICA O Caso do Jardim Lapenna

“…Primeiramente, compreende-se que Estado e sociedade civil constituemse mutuamente. Nesta interação entre atores sociais e políticos, valores, ideias e símbolos são confrontados e recompostos, construindo capacidades cognitivas estatais; isto é, formas pelas quais tanto o Estado passa a conhecer a sociedade, como ela própria passa a se reconhecer (Szwako & Lavalle, 2019). A construção dessas capacidades pode tanto estruturar políticas, como ter efeitos sobre a forma como os próprios atores sociais se veem, podendo, inclusive, orientar novas ações.…”

“…Recentemente, a literatura nacional tem explorado a criação de capacidades cognitivas estatais, pensadas inicialmente na relação entre movimentos sociais e Estado (Lavalle et al, 2019;Szwako & Lavalle, 2019). Sugere-se a compreensão de uma dimensão cognitivosimbólica na interação entre atores sociopolíticos, haja vista os saberes e conhecimentos inscritos nas organizações (estatais e privadas) e no relacionamento dos indivíduos em sociedade, a fim de alterar ou orientar decisões estatais.…”