A semiótica discursiva teve sua origem na França, na década de 1960, com as pesquisas, publicações e seminários de Algirdas Julien Greimas, e foi introduzida cedo, ainda nos anos 1960 e, sobretudo, a partir de 1970, e com entusiasmo, na América Latina. Uma das razões que favoreceram essa recepção foi, sem dúvida, o grande desenvolvimento, nesses países, da linguística saussuriana, do estruturalismo, em campos diversos, e dos vários estudos semiológicos -trabalhos de Barthes, Kristeva, Todorov, Eco, Lévi--Strauss, Marin, Durand, Metz, Ruwet, publicações da revista Communications -, precursores dos estudos da semiótica discursiva. Se o momento da introdução da semiótica e a boa aceitação do estruturalismo e da semiologia nos diferentes países latino-americanos já aproximaram os estudos semióticos neles desenvolvidos, pretendemos, neste texto, tratar, sobretudo, de outro ponto, que consideramos central para a caracterização da semiótica latino-americana e para a explicação de sua boa e forte aclimatização nos 50 anos em terras americanas. Queremos mostrar que a semiótica na América Latina buscou sempre produzir conhecimento sobre a sociedade e a cultura de seus países e contribuir