Apesar das semelhanças com brincadeiras, jogos são teorizados como tentativas voluntárias de superar obstáculos desnecessários seguindo regras arbitrárias autodebilitantes. Essas formas de entretenimento são ubíquas, normalmente realizadas por adultos e têm robustas diferenças de gênero transculturais, mas foram pouco consideradas pelas teorias evolucionistas. Duas hipóteses evolucionistas têm tentado explicar por que adultos jogam: para selecionar parceiros e para competir por recursos/status. Assim sendo, nosso objetivo foi investigar a relação entre a propensão para jogar, medida pelo Investimento em Jogos, e variáveis associadas à obtenção de parceiros e de status. Para isso, um questionário foi aplicado a 1470 adultos brasileiros perguntando sobre seus hábitos de jogo, informações sociodemográficas e a escala OLIW. Ao todo, foram obtidas 939 respostas válidas aqui analisadas. Usamos regressões lineares e uma análise de caminho para investigar possíveis preditores de investimento em jogos. Os resultados apontam que investir em jogos está associado a busca por status nas comunidades de jogadores, mas não encontrou fortes evidências de que jogos atraiam mais parceiros ou estejam relacionados à personalidade brincalhona. Assim, a propensão para jogar pode ter evoluído como uma competição não-letal por status. Questões contemporâneas podem ter impactado os resultados e são discutidas sugestões para futuros estudos.