Envelhecer implica em alterações no corpo, em contraponto com outros elementos que não se alteram com o tempo, como a sexualidade. Isso acontece pois é possível tomar notas de dois tempos - cronológico e kairológico. O corpo acompanha o ritmo cronológico, e a sexualidade, tomada em seu sentido amplo, não segue uma marcação temporal. Diante deste paradoxo, o objetivo dessa pesquisa foi compreender a dualidade vivenciada na velhice, na qual há um corpo que se altera com o envelhecimento, enquanto o desejo não se modifica. A partir de um estudo teórico, baseado em uma revisão conceitual, o percurso metodológico ocorreu na seguinte ordem: uma breve compreensão filosófica sobre o tempo; uma descrição sobre o corpo no envelhecer; conceituação da sexualidade na velhice; e no último tópico, as ideias apresentadas foram aglutinadas, pensando as diferenças entre os gêneros na vivência da sexualidade na velhice. Foi adotado o referencial psicanalítico como base para a discussão. Com as alterações do corpo masculino e feminino, muitos acreditam que com a ereção mais flácida no homem e uma mulher que iniciou a menopausa, a sexualidade e desejo está fadado ao fim. A pessoa idosa por não ter mais o corpo reconhecido socialmente, vai deixando de ser vista como objeto de desejo. Porém, ser velho é ser desejante, mas a sociedade condena essa perspectiva devido ao tabu de serem assexuais. Assim, muitos idosos acabam reprimindo suas manifestações de prazer por não conseguirem compreender qual seu papel nesta etapa da vida.