Sífilis gestacional e congênita: experiência de mulheres na ótica do Interacionismo Simbólico

Abstract

RESUMO Objetivos: compreender o significado atribuído pelas mulheres ao diagnóstico de sífilis e sífilis congênita, ao tratamento e acompanhamento ambulatorial da criança. Métodos: estudo qualitativo conduzido com 30 mães de crianças com sífilis congênita, por meio de entrevistas semiestruturadas, audiogravadas e submetidas a Análise Temática Indutiva. Adotou-se, por referencial teórico, o Interacionismo Simbólico. Resultados: dois temas emergiram e revelaram que o diagnóstico materno foi permeado por choque, culpa e medo da exclusão social, além de frustração ante o insucesso em evitar a transmissão vertical. Ainda, os procedimentos clínicos dolorosos para tratamento da criança potencializaram a culpa materna, e o processo simbólico de ressignificação da doença/tratamento aconteceu com a cura da criança. Considerações Finais: a compreensão dos aspectos intersubjetivos envolvidos nessa experiência instrumentaliza o enfermeiro para repensar sua prática assistencial e contribui para seu maior protagonismo no contexto da sífilis.

Sífilis durante a gravidez: a importância e desafios da enfermagem

“…A sífilis em mulheres grávidas está associada a riscos para a mulher e para o feto devido à transmissão vertical (sífilis congênita), como aborto, parto prematuro, morte neonatal, baixo peso ao nascer, comprometimento neurológico neonatal, incluindo atraso cognitivo, perda de visão, convulsão distúrbios e malformações ósseas. A sífilis congênita (SC) é uma condição que pode ser prevenida pelo controle da sífilis em mulheres e seus parceiros sexuais durante o planejamento familiar ou pré-natal (VICENTE, J.B. et al;2023). Apesar de todas as tentativas de eliminar a SC como um problema de saúde pública, estimativas mostram que a doença atinge um milhão de gestantes todos os anos em todo o mundo.…”