Significado dos Cuidados Paliativos para a Qualidade da Sobrevivência do Paciente Oncológico

Abstract

Introdução: Os avanços e as melhorias no diagnóstico e tratamento do câncer têm proporcionado, no Brasil e no mundo, o aumento do número de sobreviventes. Embora promissor, o aumento de sobreviventes resulta em mais pessoas convivendo com os efeitos crônicos e tardios do câncer e seus tratamentos, requerendo uma nova reflexão acerca dos impactos sociais, da formação de políticas públicas e dos modelos assistenciais voltados para a oferta de cuidados paliativos em oncologia. Objetivo: Compreender as relações de interdependência e complementaridade entre a aplicação do conceito de paliação e qualidade da sobrevivência do paciente oncológico, na perspectiva da equipe multidisciplinar. Método: Pesquisa qualitativa com base na hermenêutica dialética, realizada em hospital de referência em oncologia no Rio de Janeiro, com participação de nove profissionais de saúde integrantes da equipe multiprofissional, com dados produzidos em dois grupos focais, entre julho e agosto de 2015. Resultados: Quatro amplas categorias empíricas foram identificadas: noção de sobrevivência em oncologia; sobrevivência, paliação e linha de cuidados em oncologia; paliação e qualidade da sobrevivência em oncologia; e sobrevivência e avaliação do modelo de paliação institucional. Conclusão: As necessidades de paliação dos sobreviventes ao câncer demandam políticas específicas de controle de câncer que envolvam a formação de um modelo de planejamento de assistência orientado por uma definição de sobrevivência mais ampliada, fundada em estudos acerca das necessidades físicas, emocionais, econômicas e sociais desse crescente grupo.

As Contribuições De Um Projeto De Extensão Voltados Aos Universitários – As Experiências No Gapac

“…Assim, o cuidado paliativo é um modelo ideal de procedimento ou atuação frente ao individuo sem possibilidades terapêuticas, que pode ou deve ser utilizado pela equipe multiprofissional (SILVA et al, 2016;LUSTOSA et al, 2015;(SILVA et al, 2012;REKSUA;PAGANINI, 2015). Neste modo de atuação, o sentido não é em salvar a vida biológica e sim salvar uma existência inteira em todas suas dimensões, buscando sua plenitude como ser humano, mesmo que no final da vida.…”

“…modalidades repercutidas de algum modo na qualidade de vida do paciente e de seus familiares, com implicações éticas(FLORIANI;SCHRAMM, 2008).A prática dos cuidados paliativos preconiza a atuação de equipe multiprofissional e a participação do enfermeiro nesse processo é essencial. Nesse sentido, é preciso pensar na atuação da equipe de enfermagem sob a ótica da interdisciplinaridade de modo que pelos princípios bioéticos, o enfermeiro possa assistir o paciente, tendo como condutor o cuidado, a prevenção da dignidade e alívio do sofrimento(SILVA et al, 2016).No Brasil a prática deste modelo de cuidado é emergente desde o final da década de 1990, se faz necessário, pensar a assistência e o cuidado a partir da construção de novos significados para esses termos, mais abrangente e integral, que permita superar o predomínio da prática mecanizada e resgatar o valor da assistência humanizada (GOMES; OTHERO, 2016; PAIVA; ALMEIDA JUNIOR;DAMASIO, 2014). Considerando que atualmente 66% das pessoas vão morrer por patologias oncológicas e degenerativas passando por longos períodos de sofrimento passiveis de alívio, ressalta-se a premente necessidade de condutas utilizando-se deste modelo de cuidado(PINELI et al, 2016).…”

Os Cuidados Paliativos: Alternativa E Possibilidade De Amparo E De Dignidade Diante Do Morrer

“…O conceito deste tipo de cuidados, dito paliativo, desfruta da probabilidade de resgatar a morte como eventualidade natural e integra, priorizar a vida, pensar totalmente no cidadão e abranger o sofrimento (Silva et al, 2016).…”

Avaliação da Qualidade de Vida de Pacientes Oncológicos em Cuidados Paliativos

“…Assim, para os pacientes que se encontram fora de possibilidades terapêuticas curativas, o tratamento precisa estar voltado para o controle de sinais e sintomas pouco controláveis, como dor, náuseas, vômitos, anorexia, fadiga, depressão, ansiedade, constipação, entre outros 9 . Nessa perspectiva, surge o cuidado paliativo como uma abordagem que visa a dar suporte aos pacientes e familiares, promovendo o aumento da qualidade de vida, por meio do controle de sintomas físicos, psicológicos, sociais e espirituais 10,11 .…”