Síndrome de Burnout em professores das escolas públicas do município de Buenópolis, MG

Abstract

Introdução: A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, está associada ao trabalho, ambiente no qual podem ocorrer atividades que causam desajustamentos psicofísicos nos profissionais. Sua maior incidência está entre os trabalhadores que têm relações diretas com pessoas, como é o caso dos professores, que convivem diariamente com fatores que colaboram para desgastes mentais e físicos. Objetivo: Analisar a ocorrência da síndrome de burnout entre professores do município de Buenópolis (MG), verificando possíveis associações com as características sociodemográficas e laborais desses profissionais. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo analítico, transversal e quantitativo em uma amostra de 71 professores. Utilizou-se instrumentos de pesquisa como formulários socioeconômicos, laborais e o MBI (Maslach Burnout Inventory) que identificou características dos investigados e a ocorrência da síndrome de burnout. Resultados: Verificou-se que 52,1% dos professores apresentam a síndrome de burnout, cuja maior ocorrência foi observada em indivíduos que se sentem pouco valorizados (p=0,001), com pouca autonomia (p=0,000), que não gostam do trabalho (p=0,014), e que já pensaram em desistir da profissão (p=0,000). Conclusão: O trabalho docente é uma profissão que pode gerar grande estresse, e com a análise deste estudo evidencia-se que mais da metade dos professores analisados apresenta a síndrome de burnout. Existe a necessidade de melhorar o ambiente organizacional tendo em mente os fatores relacionados à doença, visto que essa gera agravos à saúde e ao desempenho do professor, prejudicando também o sistema educacional. Sugere-se, assim, como forma de melhoria, o acompanhamento psicopedagógico como caráter profilático.

Burnout Syndrome in public school teachers in Sorocaba, São Paulo, Brazil

“…It was also observed that men had higher levels of DE, corroborating the results of other studies 12,19,21 . Among women, the dimension with the highest percentage was EE, as also mentioned by other authors [21][22][23] .…”

SÍNDROME DE BURNOUT EM PROFESSORES: um olhar para literatura com ênfase na necessidade de intervenção

“…Carlotto e Câmara (2004) relatam que o trabalho onde o contato com o outro ocorre diretamente torna-se mais exigente e estressante para o profissional. Os autores citam que dentre as profissões mais acometidas pelo estresse estão os trabalhadores da área da saúde, serviços sociais e também da educação.Especificamente o professor é citado em diversos estudos como de grande susceptibilidade ao estresse(Araújo, Freire, & Oliveira, 2017; Borba, Diehl, Santos, Monteiro, & Marin, 2017;Silva, Bolsoni-Silva, & Loureiro, 2018).Entre as profissões ora citadas, o presente estudo enfoca o trabalho docente o qual se considera possuir um papel importante na formação do indivíduo pelo fato de poder interferir diretamente na atividade psíquica, levando os alunos a trabalharem o raciocínio bem como à construção de pensamentos dentre outras atividades mediadas pelo docente. Além disso, o professor contribui para a formação social e até mesmo profissional dos indivíduos dependendo do nível em que atua na docência(Tunes et al, 2005).Para além dos benefícios do docente à sociedade, Reis, Carvalho, Araújo, Porto e Silvany Neto (2005) alertam a vulnerabilidade a que o docente fica exposto na execução de suas tarefas.…”

“…Especificamente em relação aos docentes que parte da vulnerabilidade a que estão expostos, pode ocasionar o estresse prolongado e conforme citado, desinteresse das atividades desenvolvidas que antes eram tidas como prazerosas e consequentemente gerando a Síndrome de Burnout(Garcia & Benevides-Pereira, 2003;Gomes et al, 2020;Oliveira & Silva, 2021). Tal síndrome, como citamAraújo et al (2017),Borba et al (2017) eSilva et al (2018), ocorre com grande frequência entre professores.…”

Síndrome de Burnout em professores do ensino básico

“…A prevalência da Síndrome de Burnout encontrada entre os professores do presente estudo foi de 4,7%, e menor quando comparada com outros estudos que apresentaram valores que variaram entre 7,5 e 52,1% [37][38][39][40][41] . Estas variações são influenciadas pelos diferentes instrumentos e critérios utilizados para definição ou classificação da síndrome e pela diversidade dos contextos e das estruturas organizacionais e culturais dos locais e das instituições de ensino que foram realizadas as pesquisas 3,8,46,58 .…”

“…Quando a organização do trabalho não oferece suporte e não dá autonomia para que os trabalhadores possam desempenhar as suas funções da melhor forma possível o trabalho pode vir a ser adoecedor 82 . Neste sentido, em estudo realizado com docentes de escolas públicas foi verificado que a ocorrência da SB foi significativamente maior entre os professores que percebiam pouca autonomia no trabalho, além de se ter observado um sentimento de desvalorização entre estes professores 39 . Por outro lado, pesquisa com professores noruegueses do ensino básico constatou que a autonomia percebida pelos docentes associou-se positivamente com os níveis mais elevados da realização profissional e negativamente com a exaustão emocional 83 .…”