A síndrome HELLP é uma condição na qual a gestante apresenta hemólise, aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia, sendo considerada uma manifestação grave da pré-eclâmpsia. Nos casos em que há um ou dois desses critérios, denomina-se síndrome HELLP parcial ou incompleta. A patogênese ainda carece de completo esclarecimento, contudo acredita-se que esteja relacionada à fatores placentários que desencadeiam uma resposta inflamatória sistêmica exacerbada, além de mutações genéticas que contribuem com o dano endotelial e, consequentemente, podem predispor à condição. Epidemiologicamente, sabe-se que a maior incidência ocorre entre 27 e 37 semanas de gestação, embora possa ocorrer em até 7 dias após o parto. Os principais fatores de risco incluem o histórico de distúrbios hipertensivos em gestações prévias, a nuliparidade e a idade materna superior a 35 anos. Clinicamente, é comum que a paciente manifeste sinais clássicos de pré-eclâmpsia (hipertensão e proteinúria), além de dor epigástrica e no quadrante superior direito, náuseas e vômitos, sendo que a sintomatologia tem início súbito e raramente cursa com remissão espontânea. Vale ressaltar que a síndrome pode ser assintomática e possui diagnósticos diferenciais importantes, como hepatites virais, anemia hemolítica e fígado gorduroso agudo da gravidez. Para o diagnóstico da síndrome HELLP completa, considera-se a elevação das enzimas LDH acima de 600 unidades/L, ALT e AST acima de duas vezes o limite superior, além de contagem de trombócitos inferior à 100.000 x 109/L. O manejo terapêutico envolve o parto imediato, preferencialmente via vaginal, quando a IG ≥ 34 semanas e a conduta expectante, associada à administração de corticosteróides, quando a IG < 34 semanas e houver estabilidade clínica materno-fetal. A terapia medicamentosa inclui o uso de sulfato de magnésio para a prevenção da eclâmpsia e de hipotensores de ação rápida.