Introdução: A capecitabina é um medicamento oral utilizado na terapia anticâncer e pode causar efeitos adversos (EA) com implicações clínicas no tratamento e na qualidade de vida dos pacientes. Farmacêuticos oncológicos podem desempenhar importante papel no gerenciamento dos EA. No entanto, são escassos estudos que avaliam o impacto clínico desses. Este estudo tem como objetivo identificar as consequências clínicas dos EA à capecitabina no tratamento dos pacientes com câncer colorretal, câncer gástrico e câncer anal em um hospital de referência em oncologia na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Métodos: Estudo longitudinal, prospectivo e randomizado com pacientes em uso de capecitabina entre abril e outubro de 2022. Os EA foram classificados quanto à gravidade. As consequências clínicas dos EA foram avaliadas por meio da suspensão temporária ou definitiva do tratamento e/ou redução da dose de capecitabina. A análise estatística foi conduzida pelos Testes de Fisher, Qui-quadrado e Shapiro - Wilk. Resultados: Foram incluídos no estudo 25 pacientes, com idade média de 59,6 anos. Os EA mais frequentes foram diarreia (60,0%), náusea (48,0%) e vômito (32,0%). A maioria dos EA (87,9%) ocorreu em grau leve e durante o primeiro ou segundo ciclo de quimioterapia (52,9%). Conclusões: O estudo evidenciou que os EA à capecitabina causam consequências clínicas ao tratamento do paciente. A menor gravidade de síndrome mão-pé sugere a eficácia da medida preventiva de distribuição de hidratante e educação do paciente, além de tornar essencial o Acompanhamento Farmacoterapêutico na identificação dos efeitos adversos e implementação de medidas de manejo com melhorias na qualidade do tratamento dos pacientes em uso de capecitabina.