Nas últimas décadas, o Brasil experimentou uma significativa transformação nos hábitos alimentares da sociedade, acarretando impactos substanciais no estado nutricional. Este fenômeno corresponde à transição do perfil predominante, caracterizado por desnutrição e carências nutricionais, para um cenário marcado por uma considerável prevalência de obesidade e condições associadas. O objetivo deste estudo é avaliar o estado nutricional das crianças menores de 5 anos residentes da região nordeste do Brasil no ano de 2022. Trata-se de um estudo ecológico, de natureza transversal e descritiva, que fez uso de informações secundárias obtidas por meio do SISVAN-Web. Os relatórios foram gerados agrupando os estados da região Nordeste, considerando as variáveis: fase da vida “criança”, de ambos os sexos; idade “0 a < 5 anos”. Os dados foram analisados utilizando os seguintes índices nutricionais: a) peso-para-altura; b) peso-para-idade; c) idade-para-altura; e d) IMC-para-idade. Verificou-se que o Ceará possui o maior número de crianças com peso elevado para idade (n=11,47%), seguido do Rio Grande do Norte (n=10,07%) e Pernambuco (n=9,93%). O Maranhão é o estado que possui a maior prevalência de casos de altura muito baixa e altura baixa, com 8,16 e 9,08%, respectivamente. As crianças com peso adequado para idade representaram 58% da amostra, enquanto que o excesso de peso neste público perfaz o total de 34% e as que apresentaram magreza o total de 7%. Déficits nutricionais se mantêm presentes na região nordeste e ainda se comportam como problema de grande relevância em saúde pública. No entanto, dentre os agravos nutricionais, o sobrepeso e a obesidade são predominantes entre as crianças menores de cinco anos de idade. Dessa forma, faz-se necessário investir em estudos e ações que visem reduzir e combater as carências nutricionais, principalmente no âmbito da atenção primária.