As primeiras décadas do século XXI vieram reforçar a consolidação das tecnologias como recurso desejável e incontornável em diferentes esferas da vida social. De igual forma, no campo da educação, a inovação e a mudança das práticas curriculares têm sido reconhecidas como essenciais para que a educação e, em particular, as escolas consigam responder às exigências de uma sociedade que, vincada à economia do conhecimento, vê com especial interesse o fomento de um conjunto de competências intrinsecamente ligadas ao manuseio e desenvolvimento de novas tecnologias. Em Portugal, esta expetativa complexificou o trabalho pedagógico de um corpo docente que, como se sabe, se encontra bastante envelhecido. Importa, por isso, averiguar o que pensam os professores acerca dos contributos que a formação contínua lhes pode propiciar ao nível das tecnologias, de modo a poderem responder de forma mais cabal a esses desafios. Neste artigo, são mobilizados dados relativos às perceções, expetativas e reflexões de cerca de 70 professores veteranos (com alargado percurso profissional) que participaram numa formação em tecnologias móveis para fins educativos, na tentativa de sistematizar a sua relação com a integração pedagógica da tecnologia em educação. Para o efeito, recorremos aos questionários aplicados aos participantes no início da formação, destacando o perfil destes professores, com o intuito de visibilizar algumas tendências da sua relação com as tecnologias móveis. Além disso, exploramos as potencialidades da formação como instrumento de re(encantamento) e desenvolvimento profissional, a partir das reflexões redigidas pelos participantes no término da formação.