A agricultura de base familiar na Amazônia vem sendo responsabilizada por grande parte das derrubadas e queimadas na região. O sistema de produção na Amazônia sempre foi baseado no uso de derruba e queima, também chamado de agricultura itinerante, infelizmente esse modelo é praticado até hoje. Por muito tempo este sistema de agricultura foi tratado como uma atividade sustentável; recentemente estudos têm apontado seus impactos negativos na emissão de gases do efeito estufa e redução na capacidade produtiva. Essa pratica tem como principal impacto a perda da biodiversidade sendo das maiores questões ambientais do Brasil. O trabalho foi iniciado com a implantação de cinco núcleos de tração animal em propriedades familiares localizadas nos municípios de Nova União, Teixeiropolis, Nova Mamoré, Rolim de Moura e Porto Velho, com a participação de 53 propriedades. O tempo médio gasto em hs/há., para o encoivaramento foi de 63hs., aração de 31hs., gradagem 18hs., plantio 12hs., e capina 9hs. A redução média de áreas desmatadas foi de 2,5 há./ano. O aproveitamento de áreas degradadas inibiu a derrubada de novas áreas influenciando positivamente na economia do produtor, sendo possível a ampliação da área plantada de três para 8/há., impedindo assim a agricultura de derruba e queima. Houve uma redução da necessidade de mão de obra em média cinco vezes, ou seja, de 20h/dia/tarefa para 4h/dia/tarefa, com o auxilio da tração animal. Os animais foram responsáveis pelo transporte de toda a produção reduzindo as perdas de 30 para 5% e produziram em média 18t., de adubo orgânico por ano. Com a energia animal foi possível aumentar produção e produtividade capitalizando a propriedade. O objetivo deste trabalho foi avaliar a energia da tração animal para agricultores familiares da Amazônia do Brasil.