2010
DOI: 10.1590/s0104-71832010000100012
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Sobre o comportamento de chimpanzés: o que antropólogos e primatólogos podem ensinar sobre o assunto?

Abstract: Este artigo é um exercício etnográfico sobre a produção dos pesquisadores dedicados ao comportamento de chimpanzés enfocando questões relativas aos temas simbolização, sociabilidade, comunicação, cognição e consciência tomando o problema da existência de "culturas de chimpanzés", tal como muitos primatólogos têm afirmado na última década, como central. A estratégia consiste em estabelecer um diálogo constante entre a produção de conhecimento dirigida ao comportamento dos chimpanzés, a partir de 1960, e os próp… Show more

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“…Os comportamentos complexos e variáveis já registrados entre chimpanzés e outros primatas não humanos são certamente expressões de sua grande complexidade social e de suas extensas capacidades cognitivas (Rapchan, 2005(Rapchan, , 2010(Rapchan, , 2012Neves, 2005). Mas, nem por isso, são culturais.…”
Section: O Debate Sobre As "Culturas" De Chimpanzésunclassified
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“…Os comportamentos complexos e variáveis já registrados entre chimpanzés e outros primatas não humanos são certamente expressões de sua grande complexidade social e de suas extensas capacidades cognitivas (Rapchan, 2005(Rapchan, , 2010(Rapchan, , 2012Neves, 2005). Mas, nem por isso, são culturais.…”
Section: O Debate Sobre As "Culturas" De Chimpanzésunclassified
“…Entretanto, meio século depois da primeira edição do texto de Mauss em 1938, a primatologia começou a oferecer uma profusão de dados sobre comportamentos de monos e outros primatas, ao lado de outras disciplinas, que têm colaborado para a elaboração de questões acerca dos direitos de animais não humanos ao mesmo tempo em que reforçam cogitações sobre a atribuição de alteridade a não humanos (Rapchan, 2010;Neves, 2014;Stanford, 1998), sobre a possibilidade de extensão da condição de pessoa a não humanos (Cavalieri;Singer, 1995;Lestel, 2004) e também exigem um debate sobre o reposicionamento ético em relação a animais não humanos (Armstrong;Botzler, 2003;Beauchamp;Frey, 2011;Gruen, 2011). Tais debates convergem, entre outras coisas, para uma tendência da fi losofi a chamada genericamente aqui de pós-humanismo (Teubner, 2006), mas também questionam concepções clássicas de "natureza humana" que se tornaram ultrapassadas porque elaboradas a partir do ponto de vista ocidental e patriarcal (Haraway, 1990(Haraway, , 2007, porque isolaram os humanos da natureza (Ingold, 1994) ou porque tentaram purifi car as categorias que distinguem o humano do não humano (Latour;Woolgar, 1997).…”
Section: Noção De Pessoa: Questões Jurídicas éTicas E Antropológicasunclassified
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“…Entre elas estão as cogitações acadêmicas sobre a atribuição de alteridade a não humanos (Rapchan, 2010(Rapchan, , 2012Neves, 2014;Stanford, 1998), os debates jurídicos e filosóficos sobre a possibilidade de extensão da condição de pessoa a não humanos (Lestel, 2004;Cavalieri;Singer, 1995;Teubner, 2006) e também as análises que apontam para um reposicionamento ético em relação a animais não humanos (Armstrong;Botzler, 2008;Beauchamp;Frey, 2011;Gruen, 2011). Em resumo, os resultados apresentados aqui visam, particularmente, a produzir subsídios para questionar concepções de "natureza humana" que se tornaram ultrapassadas (Haraway, 1990;Ingold, 1994;Latour;Woolgar, 1997) e desconstruir antigos parâmetros definidores da condição humana, a partir da proposição de um diálogo consistente entre as biociências e a antropologia sociocultural.…”
Section: Cultura Em Versão Primatológicaunclassified
“…A outra sinaliza a construção de uma dupla alteridade que se expressou tanto em relação às populações humanas quanto em relação a outras espécies. Nesse contexto, foram classificados tanto os humanos que, por bem ou por mal, entraram em contato com europeus e foram sendo dolorosamente integrados, nos últimos 500 anos, à concepções mais universalistas de humanidade; quanto os representantes dos primatas não-humanos e de outras espécies que foram sendo aproximados dos humanos em relação a atributos como sociabilidade, inteligência, pertencimento à condição de pessoa e capacidade de produzir cultura como características reconhecidamente comparáveis às humanas (Asquith, 2011;Ingold, 1994;Rapchan, 2005Rapchan, , 2010Rapchan & Neves, 2005;Stanford, 2001). …”
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