ResumoO objetivo deste artigo é analisar as representações sociais sobre crime e violência na cidade de Rio Branco, Acre, Brasil. Com base em análise documental, entrevistas e questionário, e sob a ótica da Teoria das Representações Sociais, a pesquisa investiga e busca compreender as visões de autoridades estaduais sobre o crime organizado, bem como as narrativas dos moradores sobre crime e violência no contexto da ocupação da cidade por facções criminosas. Nossa análise se concentrou em: a) mapear os dados sobre o surgimento de facções criminosas em Rio Branco e as representações sociais oferecidas por especialistas no assunto; b) analisar as representações sobre crime e insegurança apresentadas pelos moradores do bairro Belo Jardim, descrito como o mais violento, e do bairro Vilage Wilde Maciel, oficialmente menos violento, levando em consideração as mortes violentas intencionais e a dominação das facções; c) discutir se os sentimentos de medo do crime e insegurança dos cidadãos correspondem ou mudam de acordo com a realidade do bairro em que vivem; d) identificar o que os participantes representam como possíveis mudanças em suas vidas desde o surgimento das facções criminosas.Palavras-chave: Crime organizado/representações sociais/sentimento de medo e insegurança/violência. AbstractThis paper aims to analyze the social representations of crime and violence in the city of Rio Branco, Acre, Brazil. The research seeks to understand, through documental analysis, interviews and survey, from the perspective of the Theory of Social Representations, the different views offered by civil servants on organized crime as well as residents' narratives on crime and insecurity, in the context of occupation of the city by criminal organizations. The analysis will focus on: a) mapping the data available on the emergence of criminal organizations in Rio Branco and the social representations of these organizations conveyed by experts; b) analyzing the representations of crime and insecurity of residents in the Belo Jardim neighborhood, described as the most violent, and the Vilage Wilde Maciel neighborhood, officially the least violent, taking into account the number of intentional violent deaths and the dominance of criminal groups; c) discussing whether citizens' feelings of fear of crime and insecurity correspond or change according to the reality of the neighborhood they live in; d) identifying what residents represent as possible changes in their life since the rise of such criminal organizationsKeywords: Organized crime/ social representations/ fear of crime and insecurity/ violence.