Objetivos: analisar as necessidades de orientações em saúde das gestantes sobre o ciclo gravídico-puerperal e discutir a educação em saúde realizada pelos profissionais de saúde no pré-natal à luz de Paulo Freire. Metodologia: pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, realizada em um hospital universitário, de setembro a outubro de 2019, com 27 gestantes participantes. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista por pauta e, posteriormente, submetidos à análise de conteúdo de Bardin. Resultados: após a análise, emergiram três categorias, sendo elas: as necessidades de orientações em saúde das gestantes acerca do gestar, do parir e do pós-parto; os conhecimentos populares das gestantes sobre o ciclo gravídico-puerperal; e a educação em saúde realizada pelos profissionais de saúde no pré-natal. Na análise das categorias, foi notória a observação de que a educação em saúde efetuada pelos profissionais de saúde não contemplou em sua totalidade as reais necessidades de orientações em saúde apresentadas pelas gestantes. Conclusão: a educação em saúde realizada pelos profissionais de saúde não deve ser impositiva, devendo haver uma relação dialógica que leve em consideração os aspectos socioculturais, psicológicos e biológicos das gestantes e de suas famílias, bem como os seus saberes preexistentes, a fim de ressignificá-los. Considera-se este meio fundamental, para que, com base no contexto de vida das gestantes, haja maior possibilidade de obtenção do impacto desejado da educação em saúde, o alcance da liberdade consciente e autônoma de escolhas das mulheres, a promoção da saúde e o autocuidado.