Sinopse taxonômica e chave ilustrada dos gêneros de Solanaceae ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil As obras mais relevantes sobre as Solanaceae brasileiras, escritas no século XIX, são de Vellozo (1829-1831), Sendtner (1846) e Dunal (1852). Contribuições taxonômicas importantes também foram dadas, mais tarde, por Bitter (1912a-f; 1913a-g; 1914a-b;1917; 1919a-b;1920; 1922a-b), Witasek (1910), Morton (1944) e Smith & Downs (1964.Alguns gêneros já receberam tratamento monográfi co por especialistas brasileiros, como é o caso de Melananthus, Metternichia, Protoschwenckia e Schwenckia (Carvalho 1966a;1986;1966b;1978; respectivamente) Agra 1999Agra , 2000. Além destes, diversos estudos fl orísticos contribuíram para o conhecimento da família no Brasil (Augusto & Edésio 1943;Rambo 1961;Angely 1965Angely , 1970Cabrera 1965Cabrera , 1979Smith & Downs 1966;Morton 1976;Carvalho 1985Carvalho , 1997aCarvalho , 1997bBarbará & Carvalho 1996;Aguiar et al. 1998;Carvalho et al. 2001;Mentz & Oliveira 2004).Os trabalhos de D' Arcy (1979; 1991) e de Hunziker (1979), com um enfoque da família no mundo e na Amé-rica do Sul, respectivamente, foram pioneiros em reunir informações sobre os diferentes gêneros e propor classificações supragenéricas. Hunziker (2001) reuniu em sua obra informações sobre 92 gêneros e propôs uma classifi cação em subfamílias, tribos e subtribos, baseada em caracteres morfológicos, embriológicos, anatômicos e em resultados de análises fi toquímicas. Estudos de biologia molecular (Spooner et al. 1993;Olmstead et al. 1999), no entanto, têm demonstrado a necessidade de reformulação deste e de outros sistemas propostos.A identidade dos táxons e a contribuição qualitativa e quantitativa de Solanaceae na fl ora do Rio Grande do Sul são metas observadas a partir da obra pioneira de Rambo (1961), que em um estudo preliminar, mencionou a ocorrência de quatorze gêneros e 78 espécies. Os estudos fl orísticos ou taxonômicos mais recentes, com ênfase nos táxons ocorrentes no Estado, contemplaram os gêneros Bouchetia O objetivo deste trabalho é fornecer subsídios para a identifi cação dos gêneros de Solanaceae que ocorrem no Rio Grande do Sul, visando contribuir com informações fl orístico-taxonômicas, para uma atualização do conhecimento da fl ora do Estado.
Material e métodosA chave analítica e as descrições da família e dos gêneros foram feitas com base nos dados morfológicos qualitativos e quantitativos de exemplares vivos e herborizados coletados no Rio Grande do Sul, bem como nas informações da bibliografi a disponível, incluindo trabalhos clássicos e as revisões mais recentes. Para características importantes foram elaboradas ilustrações relacionadas na chave. Plantas herbáceas, trepadeiras, hemiepífi tas, arbustivas ou arbóreas, inermes ou armadas. Folhas simples, inteiras ou pinatissectas, helicoidais, rosetadas ou pseudoverticiladas, pecioladas ou sésseis, sem estípulas. Infl orescências cimosas, uni ou plurifl oras, pedunculadas ou não. Flores pentâmeras, diclamídeas, heteroclamídeas, monoclinas, pedicelada...