O conhecimento dos fatores naturais e antrópicos que operam em escala de bacia hidrográfica é crucial para a gestão dos recursos hídricos, tendo em vista que os sistemas fluviais se organizam de forma hierárquica. Nesse sentido, este estudo tem por objetivo descrever as características morfométricas do relevo e da rede de drenagem, assim como, os usos do solo presentes na bacia hidrográfica do Arroio Candiota, RS, Brasil. Para isso, foram selecionadas 26 sub-bacias para análise de 15 variáveis morfométricas e oito classes de usos do solo. As sub-bacias em geral possuem riachos pouco sinuosos e baixa densidade de drenagem. Razão de circularidade, relação de relevo, declive e fator topográfico mostraram-se inversamente correlacionadas com a área das sub-bacias. Logo, as sub-bacias menores tendem a apresentar, no seu rio principal, um maior potencial de erosão e ser mais suscetíveis à inundação, pois é maior a probabilidade da sub-bacia inteira ser atingida simultaneamente pela chuva. A maior parte da bacia hidrográfica do Arroio Candiota (59,31 %), principalmente a sua metade leste, é ocupada por vegetação natural. As atividades de mineração e silvicultura estão mais associadas às regiões próximas às nascentes dos riachos enquanto agricultura e campo degradado se distribuem mais próximas ao curso principal do Arroio Candiota. Este estudo demonstra que as características morfométricas e os usos do solo variam espacialmente na bacia hidrográfica do Arroio Candiota e a distribuição de algumas atividades antrópicas está relacionada a características naturais, como relevo e disponibilidade hídrica.