IntroduçãoOs cateteres venosos centrais de longa permanência são utilizados em situações em que há necessidade de acesso prolongado ou definitivo ao sistema vascular, encontrando uso clínico frequente em hemodiálise, hemoterapia, quimioterapia e nutrição parenteral prolongada (NPP). São manufaturados em silicone ou poliuretano, constituídos de lúmen único ou múltiplo, podendo ser semi ou totalmente implantáveis 1 .Apresentam complicações diversas relacionadas ao seu implante, à manipulação e à manutenção. A infecção em cateteres de longa permanência constitui complicação de grande morbimortalidade, com riscos e agravos adicionais em pacientes muitas vezes debilitados ou imunossuprimidos, como aqueles submetidos à quimioterapia. Em pacientes em hemodiálise, a referida infecção é causa frequente de reinternações e compõe a segunda causa de morte em tais pacientes 2 . Justifica-se, dessa forma, um programa de vigilância e abordagem agressiva em pacientes portadores desses cateteres com suspeita diagnóstica ou em vigência de infecção. Há controvérsias quanto à melhor forma de tratamento, devendo-se levar em conta o tipo de infecção, o microrganismo responsável, as condições clí-nicas do paciente, a necessidade do acesso venoso e o tipo de cateter envolvido. Nos casos de cateteres de longa permanência são válidas tentativas de salvamento dos cateteres quando possível, evitando-se múltiplas punções e esgotamento dos acessos em pacientes com histórico frequente de acesso venoso difícil.Este artigo de revisão da literatura tem com objetivo traçar um protocolo de reconhecimento, tratamento e prevenção da infecção de cateteres venosos de longa permanência. Foram revisados artigos presente nas bases de dados PubMed e BIREME relacionados à infecção nesse tipo de cateteres, sejam eles para hemodiálise, quimioterapia ou NPP, bem como capítulos de livros-texto e diretri-
ARTIGO DE REVISÃO
ResumoCateteres venosos de longa permanência são amplamente utilizados em pacientes com necessidade de acesso venoso por período prolongado. A infecção relacionada a esses cateteres permanece um desafio na prática clínica. Revisamos a literatura acerca da epidemiologia e tratamento das infecções relacionadas a cateteres. Staphylococcus aureus é a bactéria mais comumente isolada. Os cateteres semi-implantáveis apresentam taxas de infecção maiores que os totalmente implantáveis. O tratamento pode ser feito com locks, antibioticoterapia sistêmica e até mesmo com retirada do cateter, dependendo do tipo de infecção, do microrganismo isolado e das condições clínicas do paciente. O salvamento do cateter deve ser tentado sempre que possível.
Palavras-chave:Cateteres de demora, diálise renal, quimioterapia.
AbstractLong-term venous catheters are widely used in patients with needs of venous access for prolonged periods. The infection related to these catheters remains a challenge in clinical practice. We reviewed the literature about infection epidemiology and treatment related to catheters. Staphylococcus aureus is the most common isolated bacteria. ...